quarta-feira, 27 de maio de 2020

Aquarela do poente

Fim da tarde, um tom de cinza ganhou o céu
Feixes dourados coloriram lá e cá a paisagem
Duas garças voaram rumo ao abrigo da noite
E o pôr do sol as tingiu de prateado.
É terça-feira de uma semana confinada
O entardecer fez do céu tela passageira
Onde eu quis ver sinais do bem-querer
E nada vi, até que a noite encobriu a aquarela.
Do bem-querer guardo memórias sem retrato
As paisagens não dizem dele como antes
Há saudade, porém sem tom e sem desenho
Não coloriu o quadro deste entardecer.
Cinza e dourado, que notas trazem vocês ao meu poema?
Pensei ouvi-las: mesmo estando o ser amado hoje ausente
Se o amor valeu... um pouco dele está em cada sol poente.

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