quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Linhas no céu

 Hoje no céu

Nuvens pareciam linhas
À espera de palavras
Havia outras
Quase pássaros
Convidando os poetas, os amantes
Os solitários
Os distraídos passantes
A escreverem no alto
O que o coração guarda...
Pode ser uma imagem de nuvem e natureza

Ruma minha canoa...

Ruma minha canoa, às águas do rio-mar!

Na proa, os sonhos são companhia
No embalo da maresia
Da popa, se afasta a cidade
E em meu coração marinheiro
Já se avizinha a saudade!


Sous la brume

 Le soleil pâle s'en va sous la brume

De cet après-midi pluvieux à Belém
L’image me rappelle d'autres soleils...
Combien d'amours se sont perdus
Et des passions disparues
Sous les brumes des mésententes?
Même des guerres se sont déclarées...
Suite à des silences successifs
Silences avides de mots
Qui ne furent pas dits?
Pourtant,
Si l'amour brilla un jour comme un soleil
Sa lumière subsiste encore fugace
Quelque part au fond du coeur
...
Aux amis qui sont poètes
Voici mon poème sans rime
À vous qui maîtrisez l'art
De lire dans les paysages
La géographie de l'âme.
Pode ser uma imagem de neblina, crepúsculo e céu

Lua na tarde

 A lua chegou ainda de tarde

As nuvens se aproximaram
E propuseram um trato:
Oferecer à cidade
Uma aquarela de luz!



Convite do por-do-sol

 

Detrás do entardecer nublado
Já não se esperava mais luzes
Nem cores, antes da noite
Eis que o sol mandou um presente
Um desenho no horizonte.
Nem precisava mais brilhar por hoje
Já iluminava outras terras...
Quis, porém, pintar Belém
Fazer da boca da noite
Um convite à bem-querência!