quinta-feira, 5 de julho de 2012

Atenção e informação na saúde pública

Correu o país, ontem, a cena de uma mulher chutando a parede de uma sala de espera em um hospital público no Rio de Janeiro, tendo ao lado uma criança. A filmagem talvez tenha sido feita do celular de um paciente na espera. A reportagem atribuía o descontrole ao incorformismo de uma mãe com a demora no atendimento da filha. Informava, também, que a direção do hospital justificara que o caso não fora considerado de urgência pela triagem, daí terem elas de aguardar na fila.

Passado o furor, mãe e filha se foram, obviamente em situação bem pior do que quando chegaram. A menina, sem o atendimento médico, já então inviabilizado; a mãe, levando ainda nas costas a iminência de um processo judicial. 

A atitude desvairada denunciava faltarem no enredo dois elementos básicos: informação e atenção. São falhas de gestão no sistema de saúde. A eles vem se somar a escassa sensibilidade do pessoal para com a labuta cotidiana de muitos brasileiros que demandam os serviços públicos de saúde. Informação acessível do sistema e atenção não resolvem, não há dúvida. Mas trazem um tipo de conforto tão oportuno em hora difícil, que é certamente capaz de contribuir para infletir a curva de gastos. Na ausência do direito assegurado ao atendimento de qualidade, isso não é pouca coisa.