sexta-feira, 28 de junho de 2013

Homenagem ao Prof. José Marcelino

Anteontem faleceu o Professor José Marcelino Monteiro da Costa, de quem tive o privilégio de ser aluna. Escrevi um pequeno texto em sua homenagem, no que fui seguida por outros colegas da UFPA que lhe prestaram reconhecimento. Merece destaque a homenagem de Heraldo Mas ao colega.
 
José Marcelino da Costa foi, para mim, um grande professor de Economia Brasileira. Aprendi muito e devo, portanto, algumas conquistas de minha carreira profissional às bases teóricas que obtive como sua aluna. Também tive embates políticos com ele durante as mobilizações para mudança de coordenação do NAEA, quando eu lá estudava, mas esses embates não mudaram em nada o respeito e reconhecimento. Há cerca de dois anos encontrei com ele em um restaurante em Belém e pude manifestar-lhe pessoalmente esse meu senso de gratidão, ao que ele agradeceu. Fico contente de ter feito isso. Foi um construtor, prestou efetivas contribuições na formação de muita gente de valor nestas terras amazônicas.

De Heraldo Maués:
Colegas,

Uno-me à manifestação da colega e amiga Cristina. Trabalhei com o Marcelino no NAEA desde 1977, quando ali entrei como professor do PLADES, a minha primeira experiência de ensino na pós-graduação. Pouco depois, em 1980, fui vice-coordenador do PLADES na gestão do coordenador Carlos Coimbra que, por razões de saúde, teve de se afastar, deixando-me na condição de coordenador do mestrado. Com isso passei a ter maior aproximação com Marcelino, ainda no período da ditadura militar. O NAEA era então uma espécie de refúgio para todos aqueles que queriam discutir uma teoria social e econ?mica mais avançada, inclusive os textos de Marx e Engels. Marcelino uma vez me alertou que eu estava sendo monitorado pelo SNI e que havia restrições para que participasse de evento importante, promovido pelo NAEA em Belém, com a participação de diplomatas brasileiros e estrangeiros (estes representantes de toda a Pan-Amaz?nia, de onde eram recrutados muitos dos alunos do PLADES). Ele no entanto garantiu minha presença, que estava sendo ameaçada, por restrições daquele órgão cuja ingerência era poderosa nas universidades brasileiras.

Mais tarde, após a conclusão das disciplinas do meu doutorado, quando concorri à coordenação do NAEA, nosso grupo era de oposição àquele apoiado por Marcelino. Isso no entanto não impediu que continuássemos mantendo relações cordiais, durante toda a minha gestão à frente do NAEA (1985-1989).

Presto aqui esta homenagem ao Marcelino que, juntamente como Armando Mendes,  Alexei Turenko e outros colegas da antiga Faculdade de Economia, gestou a ideia de um núcleo de integração da pesquisa e pós-graduação na UFPA e que foi quem o implantou e coordenou por vários anos. O NAEA, como núcleo de integração, teve e continua tendo papel fundamental na pesquisa e pós-graduação da UFPA, tendo, num certo sentido, também influenciado na origem de vários outros programas de pós-graduação, inclusivo o nosso, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/PPGCS, que já tem formado um contingente importante de mestres e doutores em sociologia e antropologia no Pará.

Atenciosamente

Heraldo Maués
De Eneida Assis:


Puxa Cristina,

Li a sua mensagem somente agora pela manhã desta quinta, fiz o NAEA em 1976 à época praticamente o único local que oferecia uma oportunidade de se fazer uma pós-graduação. Foi muito bom, o Juan trabalhava com ele e havia professores ótimos, alguns já se foram como o Constantino, Tupiassu, Roberto. Era um ambiente bom e estimulante. Nessa época funcionava nos altos do IFCH, Tua noticia me fez lembrar de alguns de minha turma: Graça Godinho, Antonio Maria da Sociologia, Luís Brito do BASA, Carmona da Venezuela, MariaEugenia Rios, Espírito Santo da Geografia, Mano Alceu do BASA e Luís Dendê que recebeu esse nome devido ser à época um dos responsáveis pelos estudos sobre aplicabilidade do dendê em outras áreas da industria, o Marcelino conversava muito com a turma. Ele vai deixar saudades.


De Luzia Álvares (no Facebook):

Outra pessoa que partiu ontem: José Marcelino Monteiro da Costa, um dos fundadores do NAEA e meu professor na instituição. Esteve na minha banca de seleção a esse núcleo e sempre foi respeitado. Tivemos embates por lá a quando do inicio das mudanças de coordenação , mas nunca uma contenda para afetar seus compromissos com a turma, àquela altura: Antonio Lamarão Corrêa, Marco Aurélio Arbage Lobo, Moacir Feitosa (Maranhão), Geraldo Gobitch, Aldenor do Nascimento. Condolências aos familiares e paz à alma do Professor Marcelino. 



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