domingo, 26 de junho de 2011

Dimensões do trabalho sob a ótica feminista

As muitas críticas que os movimentos feministas fizeram às desigualdades presentes nas relações sociais entre os sexos, ou seja, às relações de gênero, trouxeram profundas contribuições para o conhecimento da dinâmica das sociedades contemporâneas. No tocante à economia, o feminismo ampliou nossa compreensão sobre trabalho, este fato social central da vida moderna. O trabalho que conhecemos acompanhou a ascensão do capitalismo; trabalho a partir do qual passamos a "ganhar a vida" e não apenas a reproduzir nosso status de nascimento, pré-definido segundo a classe, a casta, a "raça", a etnia ou, então, segundo nosso sexo. Como se sabe, a história concreta do acesso ao trabalho e aos meios de vida foi muito mais complicada e essas marcas de classificação social não foram simplesmente perdendo força em prol dos critérios próprios da economia moderna, como a competência, a qualificação, os títulos escolares, enfim, o mérito. 

O feminismo contribuiu para destacar como as relações de gênero influenciaram desde o início do capitalismo, quando as mulheres pobres tiveram de trabalhar - como sempre, aliás - mas por salários inferiores aos dos homens; afinal, sendo o lar e os cuidados sua vocação "natural", seus rendimentos eram vistos como complementares aos dos reais produtores, os homens. Além de mão de obra barata, seu labor gratuito na reprodução da força de trabalho contribuía para suportar os baixíssimos salários das primeiras gerações de operários, quando os direitos sociais ainda não entravam na contabilidade.

Quando as atividades produtivas deixaram o espaço doméstico, passando a ser realizadas em organizações próprias, como as empresas, criou-se também a representação em separado das fontes de manutenção das famílias: o trabalho fora de casa, gerador de renda; as lides domésticas, o não trabalho. As muitas atividades no lar não contavam na nova economia monetária. A separação da vida social em duas esferas - a pública e a privada - acentuou-se desde então, com efeitos mútiplos, culturais, políticos, ideológicos, quase sempre em detrimento das mulheres.

É interessante notar que, assim como as mulheres assumiram funções indispensáveis já nos primeiros tempos do capitalismo industrial, as transformações contemporâneas na economia globalizada também são marcadas por particularidades para mulheres e homens trabalhadores. Assim, o documento da UNIFEM (Fundo das Nações Unidas para as Mulheres) intitulado Who answers to women? Gender & Accountability, referente a 2008 e 2009, apresenta dados elucidativos, desagregados para os vários continentes. No capítulo chamado Mercados consta: "A globalização levou a uma demanda sem precedentes por mulheres trabalhadoras em setores chave. Por exemplo, elas são uma presença maior nos novos serviços terceirizados, como telemarketing e serviços financeiros. Um economista observou: 'as mulheres emergiram como força de trabalho flexível por excelência nos setores intensivos em mão de obra, altamente competitivos da economia global'". Dentre as razões dessa preferência pela mão de obra feminina, o velho pressuposto de que os homens são os provedores e as mulheres ganham uma 'renda extra'. Além disso, discriminações de gênero forçam-nas a aceitarem trabalhos de menor remuneração, na agricultura, ou em indústrias que tradicionalmente absorvem mais mulheres, como os serviços pessoais.

Um aspecto inusitado refere-se ao fato de que entre os migrantes em busca de trabalho no mundo, o contingente de mulheres vem crescendo. E elas são maioria entre os migrantes com nível universitário, exceto na América do Norte, segundo dados de 2007 citados pelo documento da UNIFEM. Conclui o documento que as mulheres lideram a "fuga de cérebros".

Nas chamadas Zonas de Processamento para Exportação (EPZs), enclaves onde há isenção fiscal e regulações ambientais e trabalhistas fracas ou inexistentes, as indústrias demandam sensivelmente mais mulheres que homens. A proporção é de mais de 75% em países como Nicarágua, El Salvador, Cabo Verde e Bangladesh, mais de 70 % nas Filipinas, Panamá, Madagascar, e mais de 50% no México, Quênia e Malásia, para citar alguns exemplos do texto.  

Finalmente, o diferencial de renda entre homens e mulheres em trabalhos similares, o "gender gap", persistia na maior parte do mundo. A média global em 2006 e 2007 era de 17%, sendo maior o gap no setor privado do que no setor público. No quadro, o Brasil se comportava relativamente bem, com 15%, abaixo da média portanto, embora ainda um diferencial signficativo.

domingo, 19 de junho de 2011

Mensagens de uma festa de casamento

Ontem, durante uma festa de casamento, um amigo dos noivos fez uma fala na qual leu um poema que consta da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios. É o texto "Acima de tudo o amor". Independentemente de fé religiosa, vale sempre a pena deixar-se seduzir por aquelas palavras. Por curiosidade, então, consultei o texto. Os organizadores da Edição Pastoral da Bíblia, que possuo, lembram que as cartas de Paulo são documentos complexos, com muitas dimensões e mensagens a serem apreciadas. Sem entrar no mérito da fé e ciente de minha ignorância em matéria teológica, reflito aqui sobre apenas algumas das mensagens que o texto encerra e que são "boas para pensar" em qualquer tempo, mesmo fora do campo religioso. É num sentido não religioso que estou refletindo aqui.

Dois temas ressaltam logo no início da carta: subversão das hierarquias sociais e relativização dos saberes oficiais. Assim, referindo-se ao espírito que animava o anúncio do Evangelho, Paulo indicou a vã pretensão de se considerarem superiores aos demais, aqueles reputados como detentores privilegiados dos conhecimentos e da sabedoria do mundo, bem como os mais fortes. 

"Entre vocês não há muitos intelectuais, nem muitos poderosos, nem muitos de alta sociedade. Mas, Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu para destruir o que o mundo pensa que é importante". (Coríntios 1-2) 

A loucura referia-se àquele saber que não era o reconhecido e institucionalizado: "Minha palavra e minha pregação não tinham brilho nem artifícios para seduzir os ouvintes, mas a demonstração residia no poder do Espírito, para que vocês acreditassem, não por causa da sabedoria dos homens, mas por causa do poder de Deus". Tratava-se de um saber engajado na promoção humana, mobilizador das pessoas para o crescimento conjunto. Um saber generoso, portanto. Esse ponto reaparece no poema sobre o amor, quando dizia que conhecer sem amar era inútil: "Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transpor montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada".

A conversão de que ele falava produzia uma força interior que tornava o sujeito autônomo perante as forças do meio, como expressa a frase : "... o homem espiritual julga a respeito de tudo, e por ninguém é julgado. Pois, quem conhece o pensamento do senhor para lhe dar lições? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo". É uma extraordinária afirmação do poder da pessoa como sujeito, capaz de se transformar interiormente e agir em conformidade com essa força, transformando o contexto social em benefício da maioria. A maioria aqui não oprime o sujeito, mas parte dele, justamente de sua elevação. Tem-se aí, também, a inversão da polaridade força e fraqueza. Por mais fraca, pequena, desprovida de reconhecimento social que fosse a pessoa, abrir-se ao que vinha do "Espírito de Deus" tornava-a integral, plena, engrandecida. Por outro lado, Paulo diz que esteve pregando entre os Coríntios "cheio de fraqueza, receio e tremor", sem o brilho e os artifícios que facilitariam a sedução do público.

A carta exprime sabedorias que atravessam os tempos e sempre conseguem dizer algo novo ao leitor, religioso ou não. Essas palavras antigas têm um frescor próprio dos grandes textos e dos grandes autores. 

Ele abordou o tema da limitação dos saberes oficiais, da ciência instituída. E, portanto, de certo modo convidava a olhar para saberes outros, populares, desprovidos de prestígio e consideração. Não falou propriamente em diálogo entre saberes, mas acho que a idéia do diálogo encontra legitimidade em seu texto, pela ênfase no reconhecimento. Para ele, os pequenos do mundo estavam como que mais prontos para a nova visão que elevaria a todos. 

Arrisco dizer que essas reflexões enriquecem um tema contemporâneo, que é a degradação ambiental. As palavras da carta convidam a relativizar os saberes e as práticas dominantes e a compartilhar e trocar conhecimentos científicos com populações locais (indígenas, comunidades pesqueiras e camponesas...) no trato com seu meio. E, assim, a colocar em relevo os direitos ao território e aos meios de vida, condição para o para o diálogo de saberes na busca de melhores modos de gestão ambiental. Obviamente, uma discussão bem distante do texto original que, ademais, toca em muitas outras questões.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

De namorados e outros dias festivos

Há muito tempo o dia dos namorados nada me dizia, salvo a atenção breve despertada pelas propagandas e pelas notícias que o associam com o santo casamenteiro, no dia seguinte. Mas, com uma filha que aniversaria 12 de junho e que está na fase de curtir o namoro, a data me tocou um pouco este ano. Então, pensei que como a data geralmente não diz respeito a quem está na vida a dois há tempos, talvez fosse oportuno criar um dia dos casados. Quem sabe dava uma "animada" nas muitas relações que caíram no hábito, um pouco tragadas pelos compromissos, pelos anos de estrada, que deixaram de lado carinhos especiais, a atenção com aquelas pequenas coisas, pequenas mesmo, como a aparência, os gestos, de repente um convite para sair a dois, uns elogios... É claro que essas coisinhas podem ter sido deixadas de lado em prol de substitutos de qualidade, como a amizade profunda, o companheirismo, o apoio, o incentivo e o sentimento de se ter constituído uma família, laços de enorme significação. O equilíbrio entre perdas e ganhos nessa trajetória é complexo, uma verdadeira construção pode-se dizer, com muita probabilidade de fracasso. O dia dos casados poderia ajudar não só o comércio, como também os casais que precisam de uma lembrança do valor dos atos simbólicos. A sociedade não dispensa seus símbolos, suas festas coletivas; a sociedade conjungal também, por que não? Mas, aí, também cabe pensar nos tantos e tantas que não casam, porque não quiseram ou não encontraram, ou se separaram e não acharam nova "alma gêmea"... E aí, como fica? 

Então, pode-se pensar em dias da amizade, que também é uma relação que requer cuidado, talvez ainda mais frágil, própria de certas etapas da vida, difícil de manter em outras. E um dia da vida? Seria um dia de agradecer e celebrar o fato de se continuar neste mundo; radicalizada, a idéia implicaria suspender as barreiras de classe, barreiras étnicas, barreiras de idade, pois estar vivo é uma dádiva, na qual entra uma dose de sorte, e não tem a ver com essas marcas de distinção social, a não ser pelas probabilidades diferentes de ser exposto à violência ou a doenças próprias da condição social. Esse dia da vida nos levaria a ver nos outros a mesma condição de humanidade e vulnerabilidade e a demonstrar esse reconhecimento; por 24 horas. Mas, como o comércio ganharia com isso? Como seria uma comemoração substantiva, fora do padrão um grande bolo em uma praça pública, chamada pelo governo local nos aniversários da cidade? Alguém dá uma idéia?

Feliz Dia de Santo Antônio para todos. Muita festa!

Cálculos de sustentabilidade

Achei super interessante esse exercício de cálculo sobre o valor da produção extrativa sustentável. É claro que a perspectiva da renda não explica tudo. A relação que as pessoas que vivem e trabalham no meio florestal podem ter com seus produtos, ultrapassa o aspecto monetário. Há ligações afetivas, noção de patrimônio para os descendentes, enfim, dimensões que escapam a quem utiliza a floresta como recurso, apenas como meio de investimento e não de vida. Mas, de todo modo, a expressão monetária dos produtos afigura-se fundamental, pois justamente a falta de acesso a mercado, a desvalorização dos preços por força da infraestrutura deficiente, somada à precária segurança e qualidade de vida, constituem poderoso estímulo ao desmatamento. E, portanto, aos conflitos que tornam o Pará campeão de mortes no campo. Vamos aos números, que estão disponíveis em:

http://racismoambiental.net.br/2011/06/vamos-olhar-os-numeros/

Por Denis Russo Burgierman

"Uma castanheira-do-pará é uma árvore gigantesca, de 50 metros de altura, que pode viver mais de 1.000 anos. Todo ano, a castanheira dá frutos, que têm uma casca dura como a de um coco. Dentro da casca há até 24 castanhas-do-pará, um produto apreciadíssimo no mundo inteiro, rico em selênio e em ômega-3, portanto extremamente eficaz para combater ao mesmo tempo os dois grandes vilões da saúde contemporânea: câncer e doença cardíaca. Na média, uma castanheira não muito grande dá cerca de 30 frutos por ano, o que equivale a quase 500 castanhas. É o suficiente para produzir 1,5 litro de óleo de castanhas, o que rende uns 200 ou 300 reais para um pequeno produtor, por árvore (castanheiras realmente grandes e saudáveis chegam a produzir até 20 litros). Supondo que alguém tenha 30 castanheiras nas sua terras, são pelo menos uns R$ 6 mil por ano em óleo, talvez R$ 10 mil, por toda a eternidade até o tataraneto do tataraneto do tataraneto.
Mas os tempos são de prosperidade no Brasil e os chineses precisam de ferro para construir réplicas da Torre Eiffel. Há inúmeras mineradoras arrancando ferro de dentro da terra, de maneira agressiva. Em boa parte do país, esse ferro, assim que sai do chão, é queimado em fornos a carvão. Na Amazônia, portanto, há uma grande demanda por carvão.
O que acontece então é que os madeireiros procuram os pequenos proprietários da Amazônia e oferecem algo como R$ 150 por cada castanheira. Se o sujeito tiver 30 castanheiras, recebe cerca de R$ 5 mil. O madeireiro vai lá, derruba a castanheira, picota-a, queima, faz carvão, constrói fornos lá mesmo e produz ferro. O dono dos fornos ganha uns R$ 2  mil por forno por mês. Com algumas dezenas de fornos, ele é um homem rico.
Zé Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, os empresários e ambientalistas mortos na semana passada perto de Marabá, no Pará, sabem fazer conta, e por isso se recusavam a vender suas castanheiras (não só por isso, eles também amavam aquelas árvores, mas não é hora para emocionalismos). Eles mantiveram as árvores de pé e montaram uma pequena operação industrial para extrair o óleo na sua terra. O governo nunca lhes deu apoio nenhum. O Incra é imensamente burocrático e ineficaz. As estradas são terríveis. É por causa dessas dificuldades todas que muitos dos vizinhos venderam suas castanheiras para virar carvão."

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/politica/vamos-olhar-os-numeros/.

São números que o autor considera provisórios. Sua importância é fora de questão.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Costumes e economia: ônibus, Belo Monte, Carajás...

Qualquer que seja o desfecho da disputa de tarifas de ônibus entre Belém e Ananindeua - de R$1,85 ou R$2,00 - são somas pesadas em uma Região Metropolitana em que pouco mais de 40% da população encontra-se na faixa de pobreza, segundo o IBGE. Dos usuários, uma boa parte, inclusive, toma dois ônibus para ir e dois para voltar do trabalho. Não se tem aqui o benefício de poder comprar um ticket de ônibus e dispor de um tempo para utilizá-lo em diferentes ônibus, desde que não se repita o mesmo percurso, prática comum em cidades européias e australianas. 

Uma das reações a essa carestia é usar a bicicleta. Embora ecologicamente correto, amigável, saudável, o mais das vezes não se escolhe enfrentar os buracos, o trânsito, a sinalização deficente, as ciclovias que de repente acabam. Enfrenta-se. Como entender as poucas reações organizadas em prol da reversão desse quadro? Em parte, a permanência desse padrão de transporte público caro e com ineficiências marcantes em conforto, informação, precisão de horários e paradas etc., deve-se ao costume. De certo modo, acostumamo-nos às desvantagens cotidianas, ao que sempre foi, na ausência de experiências mais variadas de usufruto de direitos e de movimentos de reivindicação. 

Há alguma relação entre tal acomodação e uma outra, a que leva  os "paraenses" a  acatar o  status desvalorizado de seu Estado no conjunto da federação? Sim. É uma outra manifestação do costume com a desvantagem social. Nosso grande Estado gera commodities e recursos estratégicos, como energia e minérios, além da madeira. E o que lhe fica  em troca - isto é, para o grosso de sua população? O que retém de royalties e compensações? Que paralelo há entre as mobilizações e lobbies relativos aos lucros do petróleo e os da mineração?

Nossa tradição histórica e cultural de membro menor da nacionalidade por certo ajuda. Ela se incorporou nos nossos habitus, modos de ser e disposições para  agir nos campos econômico e político,  para retomar os conceitos de Pierre Bourdieu. Somos formados para permanecer atores menores e, assim, aceitar as regras do jogo econômico e político prevalecente. Compreende-se, então, que no século da consciência ambiental, das mudanças climáticas e seus efeitos, perpetuem-se os termos desfavoráveis de intercâmbio que tiveram origens no sistema colonial. Ele interioriza  na sociedade local as chamadas externalidades negativas dos negócios, ao mesmo tempo em que exterioriza a parcela maior dos benefícios. Não é uma situação típica de dominação centro-periferia, que ultrapassa a capacidade de intervenção dos atores locais, sujeitos às vicissitudes da economia mundializada. Na manutenção dessa ordem, atores locais e regionais de destaque, lideranças políticas e econômicas, são protagonistas importantes, que reforçam as regras do jogo, ou não reagem à altura do bem público. E novamente o costume acomoda os horizontes ao que é visto como destino: precisamos do dinheiro de fora, dos conhecimentos e das práticas de fora, porque precisamos também dos bens e do estilo de vida dominante, no ritmo e intensidade que lhes são próprios. O que temos vale pouco. A desvantagem é natural.

Segundo o último recurso jurídico impetrado contra a hidrelétrica de Belo Monte os investimentos sociais, em saúde e educação por exemplo, são ínfimos em proporção aos investimentos no projeto em si. E na mineração?

As expressivas demonstrações contra o empreendimento (abaixo-assinados, petições, ações populares, manifestos, propostas alternativas... com atuação de muitas organizações e pessoas), têm sido fundamentais para arrancar  compensações e forçar consideração de direitos. A desinformação nacional quanto ao que se passa no dia a dia nestas plagas atenua as repercussões.

Petróleo inquieta e mobiliza mais longe que floresta, biodiversidade e direitos das populações diferenciadas que habitam esta região. Em relação ao primeiro, constróem-se acordos institucionais com repartição mais generosa dos frutos. E os demais? Até que ponto colaboramos para manter o status de subalternos? Isso, em um Brasil que de vez em quando se espanta com uma questão amazônica, como  agora no acirramento da violência no campo, quando ainda há recursos naturais a consevar e para os quais buscar usos mais sábios e duradouros.