quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Para Belém

Dez meses já de semi confinamento

Vendo Belém desta janela

Descobri, privilégio das alturas,

Que o céu dessa cidade é lindo

E, mais ainda, mais ainda

Quando se põe o sol

Atrás das matas e dos rios

Cenas celestes multicores

Se desenham a solitários sonhadores.

Mirando no rumo do poente

Lá pra onde a cidade nasceu

Em fração infinitesimal de tempo

Penso escutar, penso enxergar

Os fundadores daquele novo mundo

405 anos atrás

Junto às dores dos que sucumbiram

Ao choque original dos povos.

Velha e jovem Belém do Grão-Pará

Falta prezar a morenice de suas gentes!

Seremos nós, passantes destes anos

Orgulhosos dos contatos e culturas

Que nos fizeram ser quem somos?

Se a muitos pouco e a poucos muito

Continuamos essa Belém dividida

Briguenta com suas águas e florestas

Distraídos sem querer trazer o céu

Pra refazer as muitas cores de sua terra!