domingo, 14 de abril de 2019

Previdência e solidariedade social 1

Me perguntaram quantos remédios tomo por dia. Na sexta década de vida, boa questão! E quanto custa? Vish! Mais uma vez, somos tolos de nos deixar enganar por números na reforma da previdência. Números respondem questões! A proposta do governo inclui as perguntas dos idosos? Dos deficientes? Das mães pobres? Etc.? Facilmente um idoso gasta em remédios o valor proposto para o BPC. Uma emenda constitucional que mexe com o cerne da organização brasileira tem de ser informada pela diversidade social que faz o país. Não sejamos burros! Sobretudo, não egoístas! Os sistemas de seguridade social no mundo começaram a se construir no início do século XX e derivam do conceito de solidariedade social: os diferentes contribuem diferencialmente para o bem estar do tecido social do qual todos dependem. Militares que cobram deferência à bandeira, eleitores do "Brasil acima de tudo", essa sociedade precisa ser praticada de modo inclusivo e generoso. Então, cartas na mesa, debates amplos de propostas alternativas, senso de justiça, informação...! Cotejo de propostas é mais do que necessário se Brasil significa algo mais que propaganda. O envelhecimento da população é uma conquista civilizatória, não problema contábil. Como vamos proceder? Com inteligência, participação e lembrando das desigualdades que nos assombram. Escrevo de um vigésimo andar nesta Belém chuvosa e o meu vizinho ali da baixada está tentando comprar todas as doses dos remédios da hora. A reforma da Previdência nos convida a construir a nação que queremos. Nossos próximos entram na conta? O mercado pode substituir a sociedade? Qual o equilíbrio? Lembrar sempre: quem está propondo a reforma nunca precisou contar dinheiro antes de ir na farmácia!

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