quinta-feira, 31 de maio de 2012

Saneamento de Belém e a violência cotidiana

É sempre chocante constatar os números de uma recente pesquisa do IBGE divulgada no final da semana passada, dando conta que Belém é a metrópole brasileira com pior índice de atendimento à população com saneamento. Quase metade de seus moradores convive com esgoto a céu aberto. É uma violência diária! 

Quais os efeitos dessa carência, sobretudo para as crianças? Como se constitui seu dia a dia, ir e vir da escola? O que é o lar, o que são férias? Diante desses números, a publicidade festiva das dez escolas em tempo integral de Belém, em 2012, fica pálida. Deveria ter outro tom: ao invés do carimbó e dos risos, um reconhecimento público de nossa falência social, de uma vagarosíssima corrida contra o tempo para recuperar dignidades e futuros.

Isso tudo é conhecido. Mas sempre dói reconhecer mais uma vez. 

2 comentários:

  1. Cristina,
    Tem que haver dois movimentos: educação ambiental de qualidade (longo prazo, mas tem que começar); investimentos na estrutura física do saneamento.
    Escolas, universidades, pais, e as pessoas, individualmente, precisam fazer a sua parte, movimentar-se, pensar adiante... questões complexas, desgastantes... vejo todos os dias pessoas "cultas", da " society", alternativas, antenadas, etc. jogando detritos pela janela dos carros, das casas.
    Se não há a preocupação individual e familiar de se separar o lixo orgânico do não orgânico em casa; se o consumo e o descarte é feito sem responsabilidade; como esperar que nossos agentes/servidores públicos pensem e ajam de forma diferente?
    A pessoa tem um carro do ano, mas não tem coragem de substituir a válvula da torneira para não desperdiçar água...
    Não vejo solução, sem educação.

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  2. Cristina, eu acrescentaria um movimento entorno da consciência política dos cidadãos.

    Aproveito para convidar a visitar e comentar no meu blog.
    cafecomsociologia.com

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