sábado, 22 de outubro de 2011

Orientação sexual de um filho

Uma pessoa amiga relatou-me que seu compadre, pessoa muito próxima, contou-lhe aos prantos que o filho de 22 anos lhe comunicara sua homossexualidade. Um choque do qual ele ainda não se refizera. É claro que não vivi a situação e não tenho a pretensão de saber exatamente o que deve ser feito, a boa solução em mãos. Mas, ao ouvir o relato veio-me à mente a pergunta sobre o que fazia aquele jovem na vida, se estudava, se tinha um emprego ou trabalho que lhe satisfazia, ou se caminhava para tal, se tinha uma boa formação, alegria, valores, enfim, se reunia as condições ideais de uma pessoa preparada para enfrentar a vida com autonomia, o que todos almejam para os filhos. 

Por que a opção sexual parecia tão devastadora e dissociada de outras qualidades pessoais? Há muitas razões, evidentemente. Lidar com as diferenças é difícil, não é natural, mesmo que não haja intolerância ou preconceito, como era o caso daquele pai entristecido. A socialização não ajuda. Por isso, uma grata surpresa foi redescobrir hoje um singelo livro infantil de minha filha, na forma de versos, que se propõe a mexer nessa ferida já entre os pequenos: Na minha escola todo mundo é igual, de Rosana Ramos e Priscila Sanson, da Cortez Editora.

No caso da homossexualidade, sabemos bem que preconceito pode gerar intolerância que, não raro, vira violência. Ela reduz quem a pratica a uma condição próxima da selvageria, de um ser bruto, tal qual o ser humano que é capaz de comemorar a morte de alguém. Isso, a propósito das comemorações pouco convencionais de líderes ocidentais quando sabem da morte de inimigos políticos, nestes tempos de "primavera árabe". Tempos de fronteiras morais confusas. Ou melhor, mostras de que as fronteiras morais dos nossos mundos são sempre confusas.

Um comentário:

  1. Texto de muita sensibilidade... Nós conversamos sobre isso, lembra? Enquanto o casamento entre homossexuais é legalizado, ainda nos espantamos (e alguns sofrem muito) quando alguém próximo se revela gay. O importante é que, a passos de bebê, o preconceito vai sendo combatido.
    Beijinhos

    ResponderExcluir