quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Brasil sem ideais?

Na política dominante no Brasil há ausência absoluta de ideal. O primeiro ato do novo governo foi negativo: armas! Armar é desistir do diálogo e da busca de consensos sobre que Brasil queremos. Falar "Brasil acima de todos" e, sobretudo, em "Deus", requer tratar as desigualdades. Se é para falar do Mestre de Nazaré, sem demagogia, os mais vulneráveis desse Brasil deveriam merecer especialíssima atenção dos líderes. País sem cidadania é uma noção pobre, pura formalidade. Mas, nós mal sabemos o que significa o Brasil como uma sociedade. Tememos o risco em cada esquina, a Venezuela e um comunismo inexistente! Somos ignorantes ao engolir aquela ração com produtos perto de vencer para escolas públicas, proposta pelo último prefeito de São Paulo. É o poder público "oficializando" a hierarquia social. Pior: definindo crianças de segunda classe para as quais se destinam quase restos, elas que são justamente o futuro... O mesmo acontece agora com a ideia da universidade para a elite esclarecida. Os fatores que impedem tantos jovens de realizarem seu potencial e inteligência truncam a formação de algo que se possa chamar verdadeiramente de elite. Nossos ricos adoram a Europa, mas lá não há nossas desigualdades e o respeito mínimo a cada pessoa é infinitamente maior que entre nós. Basta colocar o pé em uma faixa de pedestre em Paris, para experimentar o que é ser pedestre! Nosso Brasil, nossos dirigentes, nós todos abrimos mão de acreditar e sonhar o futuro: nada de progresso, nada de desenvolvimento sustentável... Em pouco tempo nem mesmo as garantias das comunidades indígenas estão asseguradas. Assim, esse "Brasil acima de todos", não tem substância, não implica em planejamento ou missão. Até a velha ideia de Justiça e de Estado democrático de Direito perde vitalidade. Entre nós, preferimos falar de "vitimismo" do que de inclusão! Que horizonte raso! Ainda bem que o mal é passageiro! Tudo passa. O essencial da vida, e da vida coletiva, está além. Suas raízes profundas fincam-se nos melhores valores de nossa civilização: amor, caridade, justiça, liberdade, reconhecimento, Direito...

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