sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Por um amor que partiu muito cedo


Esta postagem transcreve palavras de uma pessoa amiga, Ana Cleide, escritas para sua amada companheira que faleceu precocemente, interrompendo uma vida produtiva, plena de projetos e reconhecimento. Ana sofre a perda ainda recente e seu texto expressa essa dor aguda e, no momento, incurável. Mas, para além do sofrimento, suas palavras celebram a graça de um amor que se desdobrou em várias facetas de uma relação que vale a pena ser vivida, como o companheirismo, a amizade, as realizações comuns e as individuais, celebradas conjuntamente. Eis um trecho do poema que ela escreveu há alguns dias:

“Meu amor”/ “Minha vida”, era como nos chamávamos pública e intimamente. Em nossa casinha, em todos os lugares do Brasil e do mundo, onde quer que chegássemos, estávamos em ‘nossa casinha’, nossos corpos, onde morávamos juntas. Uma só estava no lar quando a outra estava ali junto. ‘Meu amor’ e ‘minha vida’ eram parceiras, companheiras, amadas,... amantes, amigas, colegas, sócias, namoradas, pesquisadoras, almas gêmeas, siamesas, taurinas, co-autoras, mulheres livres. Metade morreu. 

A Ana batalhadora que vejo pelos corredores da UFPA, sempre empolgada com o trabalho e com a vida, vai saber superar essa etapa da dor e fazer da saudade e da lembrança, a força para prosseguir em suas buscas, indagações, projetos e fazeres, para si e para outros com quem convive.

2 comentários:

  1. Lindo Cristina. Apesar da dor, nesses momentos, entende-se a grandiosidade de um amor. Estou emocionada. Beijos

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  2. A quem possa esquecer que há ainda no mundo amores de partes que se unem e viram "uno". São raros, percebo, mas intensos quando vividos e sem palavras para descrever a dor quando se parte(m).

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