Esta postagem transcreve palavras de uma
pessoa amiga, Ana Cleide, escritas para sua amada companheira que faleceu
precocemente, interrompendo uma vida produtiva, plena de projetos e
reconhecimento. Ana sofre a perda ainda recente e seu texto expressa essa dor
aguda e, no momento, incurável. Mas, para além do sofrimento, suas palavras
celebram a graça de um amor que se desdobrou em várias facetas de uma relação
que vale a pena ser vivida, como o companheirismo, a amizade, as realizações
comuns e as individuais, celebradas conjuntamente. Eis um trecho do poema que
ela escreveu há alguns dias:
“Meu amor”/ “Minha vida”, era como
nos chamávamos pública e intimamente. Em nossa casinha, em todos os lugares do
Brasil e do mundo, onde quer que chegássemos, estávamos em ‘nossa casinha’,
nossos corpos, onde morávamos juntas. Uma só estava no lar quando a outra
estava ali junto. ‘Meu amor’ e ‘minha vida’ eram parceiras, companheiras,
amadas,... amantes, amigas, colegas, sócias, namoradas, pesquisadoras, almas
gêmeas, siamesas, taurinas, co-autoras, mulheres livres. Metade morreu.
A Ana batalhadora que vejo pelos
corredores da UFPA, sempre empolgada com o trabalho e com a vida, vai saber
superar essa etapa da dor e fazer da saudade e da lembrança, a força para
prosseguir em suas buscas, indagações, projetos e fazeres, para si e para
outros com quem convive.
Lindo Cristina. Apesar da dor, nesses momentos, entende-se a grandiosidade de um amor. Estou emocionada. Beijos
ResponderExcluirA quem possa esquecer que há ainda no mundo amores de partes que se unem e viram "uno". São raros, percebo, mas intensos quando vividos e sem palavras para descrever a dor quando se parte(m).
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