Colegas,
Uno-me à manifestação da colega e amiga Cristina. Trabalhei com o
Marcelino no NAEA desde 1977, quando ali entrei como professor do
PLADES, a minha primeira experiência de ensino na pós-graduação. Pouco
depois, em 1980, fui vice-coordenador do PLADES na gestão do coordenador
Carlos Coimbra que, por razões de saúde, teve de se afastar,
deixando-me na condição de coordenador do mestrado. Com isso passei a
ter maior aproximação com Marcelino, ainda no período da ditadura
militar. O NAEA era então uma espécie de refúgio para todos aqueles que
queriam discutir uma teoria social e econ?mica mais avançada, inclusive
os textos de Marx e Engels. Marcelino uma vez me alertou que eu estava
sendo monitorado pelo SNI e que havia restrições para que participasse
de evento importante, promovido pelo NAEA em Belém, com a participação
de diplomatas brasileiros e estrangeiros (estes representantes de toda a
Pan-Amaz?nia, de onde eram recrutados muitos dos alunos
do PLADES). Ele no entanto garantiu minha presença, que estava sendo
ameaçada, por restrições daquele órgão cuja ingerência era poderosa nas
universidades brasileiras.
Mais tarde, após a conclusão das disciplinas do meu doutorado,
quando concorri à coordenação do NAEA, nosso grupo era de oposição
àquele apoiado por Marcelino. Isso no entanto não impediu que
continuássemos mantendo relações cordiais, durante toda a minha gestão à
frente do NAEA (1985-1989).
Presto aqui esta homenagem ao Marcelino que, juntamente como Armando Mendes, Alexei Turenko e
outros colegas da antiga Faculdade de Economia, gestou a ideia de um
núcleo de integração da pesquisa e pós-graduação na UFPA e que foi quem o
implantou e coordenou por vários anos. O NAEA, como núcleo de
integração, teve e continua tendo papel fundamental na pesquisa e
pós-graduação da UFPA, tendo, num certo sentido, também influenciado na
origem de vários outros programas de pós-graduação, inclusivo o nosso, o
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/PPGCS, que já tem formado
um contingente importante de mestres e doutores em sociologia e
antropologia no Pará.
Atenciosamente
Heraldo Maués
De Eneida Assis:
Puxa Cristina,
Li a sua mensagem somente agora pela manhã desta quinta, fiz o
NAEA em 1976 à época praticamente o único local que oferecia uma
oportunidade de se fazer uma pós-graduação. Foi muito bom, o Juan
trabalhava com ele e havia professores ótimos, alguns já se foram como o
Constantino, Tupiassu, Roberto. Era um ambiente bom e estimulante.
Nessa época funcionava nos altos do IFCH, Tua noticia me fez lembrar de
alguns de minha turma: Graça Godinho, Antonio Maria da Sociologia, Luís
Brito do BASA, Carmona da Venezuela, MariaEugenia Rios, Espírito Santo
da Geografia, Mano Alceu do BASA e Luís Dendê que recebeu esse nome
devido ser à época um dos responsáveis pelos estudos sobre
aplicabilidade do dendê em outras áreas da industria, o Marcelino
conversava muito com a turma. Ele vai deixar saudades.
De Luzia Álvares (no Facebook):
Outra pessoa que partiu ontem: José Marcelino Monteiro da Costa, um dos fundadores do NAEA e meu professor na instituição. Esteve na minha banca de seleção a esse núcleo e sempre foi respeitado. Tivemos embates por lá a quando do inicio das mudanças de coordenação , mas nunca uma contenda para afetar seus compromissos com a turma, àquela altura: Antonio Lamarão Corrêa, Marco Aurélio Arbage Lobo, Moacir Feitosa (Maranhão), Geraldo Gobitch, Aldenor do Nascimento. Condolências aos familiares e paz à alma do Professor Marcelino.
De Luzia Álvares (no Facebook):
Outra pessoa que partiu ontem: José Marcelino Monteiro da Costa, um dos fundadores do NAEA e meu professor na instituição. Esteve na minha banca de seleção a esse núcleo e sempre foi respeitado. Tivemos embates por lá a quando do inicio das mudanças de coordenação , mas nunca uma contenda para afetar seus compromissos com a turma, àquela altura: Antonio Lamarão Corrêa, Marco Aurélio Arbage Lobo, Moacir Feitosa (Maranhão), Geraldo Gobitch, Aldenor do Nascimento. Condolências aos familiares e paz à alma do Professor Marcelino.
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