Os noticiários de hoje na TV sobre a morte do "terrorista mais procurado" acompanharam-se de festejos em cidades americanas. Um desavisado confundiria fácil as imagens com a alegria de uma vitória esportiva. De fora, não se pode entender completamente o que sente quem viveu de perto o 11 de setembro e sofreu diretamente as consequências. Mas, de todo modo, sabemos que essa morte é parte de uma sequência toda ela trágica.
Num mundo de marcada insegurança, especialmente insegurança de emprego, um júbilo nacional temporário parece revigorar a auto-estima e um sentido de confiança no futuro. A política vai cada vez mais distante da economia, no sentido de que importa em primeiro lugar manter a máquina funcionando. Sacrifícios de ideais democráticos e de direitos são palatáveis diante da meta maior de manter acesso privilegiado ao mercado, em contexto de locomotiva chinesa a grande vapor. Os discursos de defesa da democracia mal justificam intervenções bélicas do "ocidente" no "oriente", que parecem desastradas. Comemora-se, assim, uma vingança frágil, pois ela não aponta uma saída. É o contrário, a julgar pelas notícias que acompanham a principal: alertas de represálias, reverências a Bush, ocupações militares, Guantánamo...
Por isso, um viva às comemorações do casamento real pela TV!
Por isso, um viva às comemorações do casamento real pela TV!
Fiquei realmente chocada com a festa com a morte do terrorista. Invadiram a casa alheia, mataram pessoas e desapareceram com o corpo do infeliz(pelo menos é o que dizem). Se tudo isso fosse feito na surdina, ainda entenderia. Mas com tando repercussão, jantares pomposos e declarações ufanistas, faz-me pensar que não há muita diferença entre um e outro...
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