Desde 15 de maio, um movimento social que surgiu a partir de uma convocação pelo Movimento Democracia Real Já, na Praça Puerta del Sol em Madri, cresceu e chegou a outras praças do país. Seus membros são em grande parte jovens. Reclamam contra o desemprego, que bate pesado entre eles, além da crise econômica e a corrupção do sistema político. Ontem, 27 de maio, em Barcelona, uma praça foi desocupada a força pela polícia com a justificativa de que hoje, com o jogo entre o "Barça" e o Manchester United, a praça devia estar livre para as comemorações.
Um dos slogans: “não somos mercadorias nas mãos de banqueiros e políticos”. A taxa de adesão às mobilizações é impressionante. Elas estão sendo associadas às mobilizações pró-democracia em países árabes, que também produziram grandes ocupações de praças. Além das insatisfações com a dominância dos interesses financeiros nas economias e as políticas de ajuste correspondentes, há paralelos na falta de credibilidade dos sistemas políticos. Diferem as formas como os respectivos governos reagem às manifestações, mais violentas ao sul e a leste do mar.
A "utopia do mercado auto-regulado", contra a qual Karl Polanyi publicou o clássico A Grande Transformação, em 1944, retornou com força com a "globalização" neoliberal. Mas também, os "movimentos autoprotetores" que se opõem à redução de tudo aos princípios de mercado, na linguagem desse autor. Nas praças, a acomodação das massas à hegemonia do mercado e à ideologia do salve-se quem for competente para encontrar trabalho, sem as proteções sociais de antes, é fortemente questionada.
Em Belém, cresce um movimento de crítica à expansão imobiliária para os moradores privilegiados da cidade, expansão descuidada com o ambiente e com a diversidade da população. Os espigões hoje crescem na orla. As varandas são bonitas, diga-se de passagem. Mas elas privatizam a paisagem, a visão do crepúsculo e, sobretudo, os ventos imprescindíveis nesta urbe de clima equatorial super úmido. Literalmente estão de costas para a cidade. O instituto da outorga onerosa, que permite contornar os limites legais, é alvo de grande contestação. Da Prefeitura, o que se ouve a respeito?
Moro no primeiro condomínio de prédios da orla, kkk. Depois dele construído, o plano diretor da cidade (acho que é esse o nome)proibiu a construção de outros prédios, para não transformar Belém num RJ extremamente piorado. Infelizmente, a violência do capital e a corrupção desenfreada deram as mãos e estamos aí, com espigões lindos que irão transformar nossa cidade em uma churrasqueira, porque panela de pressão ela já é. Beijinhos
ResponderExcluirMas pelo menos não é na beira e os prédios são pouco mais da metade da altura dos que se faz hoje.
ResponderExcluirObrigada pela visita. Beijinhos.
Cara Cristina, da Prefeitura não se ouve nada, aliás, só se vê mais e mais autorização para a construções ilegais, que ferem o Plano diretor da Cidade de Belém. Aproveito para divulgar o abaixo assinado contra a verticalização na orla de Belém. Acesse e assine: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=revolea
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