Que a pandemia não nos torne insensíveis. O Brasil é um país dos mais desiguais do mundo. Deveríamos nos preocupar em que todos tenham acesso ao melhor meio disponível hoje de combater a expansão do vírus, que são as medidas de isolamento social. Auxiliar financeiramente os vulneráveis ajuda-os a se protegerem e, de quebra, move a economia. O dinheiro volta imediatamente aos mercados, farmácias etc. Todos os países democráticos definiram generosos auxílios aos pobres, desempregados, vulneráveis, para que todos possam participar dos esforços coletivos de enfrentamento da pandemia. Dizer que as pessoas pobres "querem" trabalhar pois precisam da renda, é desumano, insensível e hipócrita. O Brasil é país rico, paga juros milionários a uma dívida pública que não sabemos para que serve e nem quem ganha com ela. Ela come uma proporção enorme do orçamento público.
Por que não assumimos juntos o cuidado com os mais pobres, para que todos possam se proteger? E, também, proteger os que trabalham em serviços essenciais que, estes sim, não podem parar, em prol da coletividade.
Para quem não está nem aí com a sorte dos pobres, ao menos pense que pobres contaminados vão continuar transmitindo a doença. Então, se não sabemos ver nossa sociedade como uma unidade solidária, que não queremos fazer sacrifícios em prol dos mais frágeis, pensemos então que esse vírus se espalha tanto que mesmo os privilegiados estarão expostos, pois não há muros físicos entre as classes sociais.
Não caiamos nessa conversa de que muitos "querem" trabalhar. É uma visão desumana da sociedade, é não saber o que é pegar um ônibus cheio na pandemia, é não se importar com aqueles que não têm renda para poder se cuidar. O auxílio emergencial não é esmola, mas direito. E, também, créditos baratos a pequenas e médias empresas. Tudo isso gerido com espírito de cidadania, espírito público e solidariedade social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário