segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Nacionalismo anti pessoas e universalismo pró mercadorias


Esse é o nosso mundo. E nem nos damos conta. Abolir barreiras comerciais, viva! Mas abrir fronteiras para seres humanos, inclusive por razões humanitarias... Nem pensar! Esses imigrantes vem se beneficiar de nossos recursos, nossa previdência, como? Fecha fronteira! Muita exigência pra dar visto de entrada no país. Principalmente se o ser humano vier de país pobre e - loucura das loucuras - professar uma religião diferente! Somos todos doidos por aceitar um mundo tão maluco. Consumimos o q vem lá do outro lado do mundo, compramos o q for mais barato no mercado, mesmo se na linha de produçao tiver trabalho infantil do interior do Vietnam por exemplo. Viva o livre comércio! Posso até perder meu emprego pra um trabalhador na tela do computador em Bangladesh! Viva o comércio global! Abaixo a imigração! Os nacionais pobres, de países pobres, que se danem! Quem mandou nascer na periferia do mundo? 
O conceito de fetichismo da mercadoria, do velho Marx, ainda diz muito sobre nossa ordem social, agora em escala global. Nos relacionamos através das coisas, das mercadorias, sem ver as relações socias por detras, nossos verdadeiros vínculos sociais, que escondem exploraçao, concentraçao de riquezas... As mercadorias são como fetiches. O nacionalismo, que um dia teve sua razão de ser, hoje é um fetichismo... Fronteiras nacionais, um apego à tradição. Escondem mais do que esclarecem nossa real condiçao de interdependência planetária. Por isso preferimos protecionismo ao solidarismo global. Afinal, nos relacionamos com os cidadaos que povoam nosso mundo briguento, por meio das coisas, das mercadorias. 
Pensamos, muitas vezes, que religião atrapalha mais do que ajuda. Pena. Muitas delas contêm sabedorias das quais poderiamos construir siciedades de justiça. Na nossa tradiçao bíblica, temos o salmista há alguns milênios puxando a nossa orelha: feliz a nação cujo Senhor é Deus! (Sl. 33:12) Somos todos originários da mesma Criação! Que valor têm nossas nações pelas quais tanto matamos, morremos e infligimos sofrimento? Nesse mesmo salmo se disse ainda: Javé faz desaparecer os projetos das nações. (Sl. 33: 10) Somos nós os modernos? Quanto aprendemos daqueles povos mediterrâneos que reconheciam nossa irmandade global e clamavam para a utopia possível? "... E a bondade de Javé transborda em toda a Terra". (Sl. 33: 5). As viagens além mar levaram e ainda levam uma parte muito truncada dessa herança cultural

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