sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Somos todos ganhadores, pois caminhantes

Compartilho com meus amigos este texto q escrevi dois anos atrás: A gente tende a pensar que é perdedor, por força de olhar para os próprios problemas e dificuldades e, então, se avaliar menor, pequeno, diante dos demais. No entanto, um pouco de atenção e se percebe que tantos têm suas lutas internas e externas, suas dores, fraquezas, medos e obstáculos. E, muitas vezes, precisando de nós e, como nós, de uma forcinha de fora para reanimar a força de dentro. Porém, no fundo, quando se olha para a própria caminhada com generosidade, é lícito concluir que se é vencedor. Não necessariamente porque já ganhou, mas precisamente porque está caminhando. A caminhada é humana, o que quer dizer que ela inclui vacilos, inseguranças, erros, fracassos, sentimentos de perda... O que mais importa é se ela é orientada por valores do bem, se se pensa em outrem assim como em si mesmo e se sonhos, desejos e ideais estão presentes. Não existem só vencedores e não existe segurança total. Existem os caminhos, existem os amigos e os entes queridos com quem os partilhamos e existe a vontade de não passar em branco na aventura da vida que nos é dado viver e que, como sabemos, vida que não nos pertence inteiramente. Ela se vai por circunstâncias que muitas vezes foge ao nosso controle. Daí a importância do cuidado com a vida, nossa e dos outros, lição óbvia mas distante de nossa ordem social cotidiana. É importante lembrar que as religiões representam cristalizações da busca humana em reconhecer e comunicar com o Criador durante a trajetória terrena e, nessa perspectiva, concretizar os sonhos e as aspirações de perfeição. Esta busca inclui, quase sempre a chamada para nossa força interior, nosso eu profundo que guarda o melhor de nós. Na tradição cristã, o apóstolo Paulo tem sempre uma palavra sobre isso, ele que travou árduas batalhas desde a conversão e que,ao final escreveu a bela frase: combati o bom combate. É dele também esta mensagem: "somos atribulados por todos os lados, mas não desanimamos; somos postos em extrema dificuldade mas não somos vencidos por nenhum obstáculo; somos perseguidos mas não abandonados, prostrados mas não aniquilados (...) embora o nosso físico vá se desfazendo, o nosso homem interior vai se renovando a cada dia. (...) Não procuramos as coisas visíveis mas as invisíveis; porque as coisas visíveis duram apenas um momento, enquanto as invisíveis duram para sempre". (Coríntios, 4) Essa fortaleza extraordinária, que moveu homens e mulheres extraordinários que contribuíram para moldar nossa história, é um tesouro a ser alimentado. Parece longe de nossas fraquezas diárias. Mas são balizas humanas. Um convite.

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