Conversando com um amigo me dei conta de como, seguindo a agenda da mídia, boa parte das pessoas pensa que a raiz dos nossos males está na corrupção. Esta é gravíssima, mas é mais conseqüência que causa. Perdemos - ou nunca tivemos - uma ética sobre que nível de desigualdade social tolerar. Distâncias abissais entre os mais ricos e os mais pobres, como convivemos com isso sem questionar a fundo? Não é um mal da natureza, mas conseqüência de escolhas individuais e coletivas. Corrigir os fossos entre os mais privilegiados e os mais desprovidos passa por decisões de redistribuição, de sentidos de solidariedade que baseiam a formulação de políticas públicas. Não se trata de alcançar uma sociedade com zero de desigualdade, mas do nível de desigualdades que aceitamos como justo.
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