Com o plebiscito batendo à porta, clima de eleições, novamente ascende o tema da pobreza para o centro dos discursos. Talvez com mais intensidade do que nos pleitos eleitorais normais. Fala-se mais da pobreza agora pois é em torno dela e das propostas para atacá-la que se estrutura o cerne dos argumentos pró e, na defensiva, os argumentos contra a divisão. Fala-se abertamente das responsabilidades do Estado no campo da saúde, habitação, saneamento e educação, especialmente em Belém. "Pobres" são entrevistados de ambos os lados e, obviamente, sua indignação é igual.
O que irrita é constatar que, muitas vezes, pessoas comuns que clamam pela ação estatal contra a situação de pobreza e se sensibilizam com os discursos "sociais" reclamam de ter de pagar impostos sobre a renda, do alto valor dos impostos cobrados etc. Uma choradeira. Por vezes a desculpa é a corrupção, que desvia parte do que é arrecadado; mas, se der, sonega-se. Por outro lado, quando se trata de políticas de redistribuição direta de renda, os julgamentos costumam ser pesados: o mercado deve ser o caminho; receber sem trabalhar estimula a acomodação, estimula a ter mais filhos etc.etc. Eu tenho que defender o meu.
A pobreza assume um alto valor no mercado eleitoral; seu voto é decisivo num contingente de eleitores onde ela impera. Mas a incoerência nas representações e atitudes continua. Afinal, os espaços sociais que se frequenta, os equipamentos coletivos que se utiliza - escolas, transportes, atendimento médico...- são separados nesta sociedade dual. E o Pará, para onde vai? Um incauto pode, com razão, ser cativado com os apelos a favor do sim. E ver a mudança pretendida não passar disso.
A pobreza assume um alto valor no mercado eleitoral; seu voto é decisivo num contingente de eleitores onde ela impera. Mas a incoerência nas representações e atitudes continua. Afinal, os espaços sociais que se frequenta, os equipamentos coletivos que se utiliza - escolas, transportes, atendimento médico...- são separados nesta sociedade dual. E o Pará, para onde vai? Um incauto pode, com razão, ser cativado com os apelos a favor do sim. E ver a mudança pretendida não passar disso.
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