Coisas sempre significam mais do que
parecem.
Entre os múltiplos significados,
Sua capacidade de falar de amor.
O que podem dizer de um ser amado?
Que memórias conseguem reviver?
Há primeiro, os grandes objetos,
Dos grandes olhares, as paisagens,
Horizonte, mar, lua, verdes, casas ao
longe...
Os que evocam os momentos grandes,
E os grandes sonhos dos amantes.
Mas hoje, no retiro em minha casa,
Eu escuto outras palavras,
Das várias coisas ao meu redor.
E elas falam novamente dele
Companheiro que partiu alhures.
Eis que abro uma gaveta
E toda a cena reaparece:
Sua voz me chamando à mesa
O elogio à toalha florida.
Um abraço e o jantar dos dois,
De um dia qualquer... Rememorado.
E, de repente, outras coisas aqui de
casa
Também vêm expressar
Cuidados, risos, conversas...
Gestos, carícias, olhos fechados...
Música!
Transmitem falas, acendem saudades.
Até quando elas vão dizer assim,
As coisas da minha casa?
São vozes que passam, já sei bem.
Logo, logo elas se calam
É impossível refazer toda a cena
Seus sabores e prazeres.
Mas, enquanto elas ainda falam,
Quero ouvi-las!
E ver de novo aquela imagem
De um hábil amor passageiro
Que soube deixar mensagens
Nas coisas da minha casa.
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