No meu entender, limitado portanto, uma das mensagens da segunda leitura das missas deste domingo é um elogio à diversidade de crenças e culturas e um reconhecimento dos distintos trabalhos, dons com que contribuímos para o bem comum. Eis um pequeno trecho: "Há uma diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Ha diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum..." (1Cor 12,14/11). Então, essa antiga carta guarda lições cheias de frescor. É uma pena que tanto se critiquem as religiões como formas de sujeição ideológica, e muitas vezes o são, pois podem ser manipuladas... Mas, nas suas fontes estão balizas de nossa história, pontos altos de nossas civilizações. São leituras da condição humana, sobre quem somos e quem podemos ser, interpretações que vão além das nossas misérias objetivas e classificações, por exemplo, de ricos e pobres, homens e mulheres, nascidos em um ou outro país, analfabetos ou letrados, negros e brancos, tradicionais ou modernos, praticantes da religião A ou B etc. Ser todos dotados de dons pelo Espírito maior, e dons exercidos para o bem comum, como diz a Carta aos Coríntios, não é pouco! Nos obriga no mínimo ao respeito mútuo, nos compromete ao cuidado pessoal e coletivo e nos convida a reconhecer a graça que recebemos, independente de nossos méritos, ou posição social. Um texto como esse, portanto, traz um conhecimento profundo de nós mesmos e das sociedades que construímos. Além de conhecimento, é chamado à ação e a viver a vocação com tudo o que ela representa em compromisso com o próximo. Nessa perspectiva, então, o que existe não esgota o real, muito pelo contrário.
Não me arvoro a conhecedora da religião que professo - e muito menos sou praticante fiel (quem dera!) - mas queria dividir esta impressão da leitura de Paulo, um mestre que há dois milênios tem muito a nos dizer.
Não me arvoro a conhecedora da religião que professo - e muito menos sou praticante fiel (quem dera!) - mas queria dividir esta impressão da leitura de Paulo, um mestre que há dois milênios tem muito a nos dizer.
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