Com um
misto de gratidão, satisfação e honra, apresentamos esta coletânea, que é produto de uma rede acadêmica e institucional coordenada pela Universidade
Federal do Pará, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
(PPGCS), tendo como colaborador o Centro de
Investigação em Sociologia Econômica e das Organizações, do Instituto Superior
de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa - Iseg/UTL-Socius. Essa rede
se constituiu por meio da execução conjunta de projetos de pesquisa levados a efeito
entre os anos de 2007 e 2011, com apoio do CNPq e da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Pará – FAPESPA. Da cooperação já havia resultado um primeiro livro,
intitulado “Organização social do trabalho e associativismo no Contexto da
Mundialização: estudos em Portugal, África e Amazônia”, lançado em 2010,
publicado pelo Núcleo de Meio Ambiente (NUMA), da UFPA.
Encontram-se aqui estudos sociológicos e antropológicos realizados em
Portugal, Moçambique e Brasil. Algumas de suas autoras e autores, vinculados a
outras instituições, são nossos parceiros acadêmicos por meio de outras redes
e, gentilmente, aceitaram participar desta produção. Todos os que assinam esta
coletânea partilham um objetivo semelhante, que é contribuir para desvelar
múltiplas manifestações da globalização econômica, em especial do ponto de
vista do trabalho, das organizações de trabalhadores e das relações de
sociabilidade que lhes são pertinentes. Em particular, aproxima-nos o interesse
em analisar como se constituem associações, redes, grupos sociais, equipes, que
exibem distintos graus de permanência e formalização. E, assim, verificar em que
medida exprimem ligações substantivas entre os membros, conducentes à
implementação de projetos colaborativos, de gestão organizacional e de geração
de meios de vida autônomos e sustentáveis.
Enfocamos o trabalho tal como é vivenciado em diferentes meios sociais:
mercado informal, empresas, organizações de saúde, artes, trabalho em equipes
virtuais, trabalho autônomo e comunidades de pescadores artesanais e agricultores. Examinamos territórios em constituição
por parte de categorias rurais tão diversas quanto os assentados da reforma
agrária no Estado do Pará, os agricultores no oeste de Portugal e os
agricultores e pescadores em Moçambique. Em se tratando de organizações, redes
sociais, equipes, “companheiros” de trabalho, promotores de desenvolvimento
territorial, a dimensão da comunicação é incontornável, uma comunicação cuja
premissa é o reconhecimento dos vários outros, direta e indiretamente
envolvidos nas ações coletivas. As dificuldades de efetivo diálogo entre atores
desiguais em poder, portadores de culturas e tradições diversas, são aqui
consideradas.
Cumpre-nos registrar nosso agradecimento especial aos “informantes” nos
diferentes campos de estudo, pessoas que generosamente compartilharam suas
experiências e tornaram possível este livro. E, ademais, às agências
financiadoras, sobretudo ao CNPq e à FAPESPA, pelo inestimável apoio.
Boa leitura!
Belém (do Pará) e Lisboa, 25 de
setembro de 2012
Maria Cristina Maneschy
Ana Calapez Gomes
Ida Lenir Gonçalves
Parabéns às organizadoras e demais autores/as pelo trabalho. Com certeza feito com muita dedicação e esmero.
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